Neste momento tão complexo para a humanidade, precisamos que as organizações da sociedade civil estejam fortalecidas, articuladas e saudáveis para responder de maneira inovadora e sustentável aos principais desafios sociais e ambientais de nosso tempo.
Inspirados na ideia do livro de Frederic Laloux, anos atrás, criamos o curso homônimo Reinventando as Organizações. Para o autor belga, as organizações que têm se reinventado são aquelas que evoluem em suas práticas de autogestão e autonomia das equipes, desenvolvem culturas organizacionais que acolhem todas as diferenças e produzem um ambiente seguro para que as pessoas e os grupos floresçam em sua potência e sejam acolhidos em seus limites, além de serem organizações que dirigem suas estratégias para efetivamente responder às necessidades socioambientais.
Tivemos a oportunidade de pilotar a primeira edição em parceria com a Escola N, nos quais pudemos percorrer um itinerário orientado para a construção de ambientes organizacionais menos tóxicos e mais virtuosos, de estratégias menos ensimesmadas e mais conectadas e responsivas à realidade, de desenhos organizacionais menos centralizados e mais fluídos e orientados para a autogestão.
Liderada por Rogério Silva e Sérgio Sampaio, sócios da Pacto, a iniciativa nos permitiu articular a teoria à prática e reconhecer avanços e obstáculos.
Compartilhamos a seguir cinco desses aprendizados, que podem ajudar a sua organização a se reinventar também.
- As organizações precisam enfrentar ambientes, muitas vezes, marcados por centralização, controle, silenciamento e discriminação, que causam sofrimento e aliena as pessoas dos processos de trabalho e do próprio sentido da organização.
- Em alguns casos, as mudanças requerem uma revisão dos valores e premissas a partir das quais as organizações são constituídas e lideradas.
- Agendas estratégicas só produzirão impactos positivos se coordenadas em alianças, coalizões, redes e frentes amplas, otimizando recursos e ações.
- A qualidade dos ambientes organizacionais depende diretamente da qualidade das conversas nesse ambiente. Essa qualidade tem a ver, sobretudo, com boa escuta, formulação de pedidos e construção de acordos.
- Vulnerabilidade e celebração são dispositivos centrais para mudança organizacional. Enquanto a celebração é a arte de reconhecer os avanços e as conquistas e o papel e relevância de cada um nesse caminho, a vulnerabilidade permite admitir limites e detalhes, sendo uma oportunidade de transformá-los em aprendizagem e alavancas de evolução.